Interesses de Fogo
Os interesses, vulgo tráfico de influências, grassam até todos nós acharmos normal, acharmos que faz parte do nosso dia a dia.
Todos nós temos um amigo que, íntimo ou não, que recomendamos para aquele trabalho, que nos arranja aquela pechincha, que conhece alguém que conhece alguém que nos ajuda a ter aquilo que pelos meios legais não conseguimos alcançar.
Até nem discordo completamente com esta lógica de funcionamento: considero preferível trabalhar com alguém conhecido com o qual tenho confiança do que um total desconhecido cujo Currículo tem 50 páginas e iguais anexos.
Mas algo que não tolero (e espero que o comum cidadão também não) é que insultem a minha inteligência.
Dois casos:
Vi no passado domingo uma reportagem na SIC, “Asas de Aluguer”, que falava do negócio de milhões do aluguer de meios aéreos para combater os fogos a empresas particulares que perdura DESDE 1996. A diferença entre um aluguer de um desses transportes a mim ou a um de vós e o mesmo tipo de transporte ao Estado é em montantes em que a factura sai bastante mais cara ao Estado português; este facto aliado ao facto da ausência de interesse da parte dos Governos que se sucedem em se dotarem de transportes aéreos para combate aos fogos florestais e assim garantir a independência económica do Estado nesse sector é estranha e bizarra. Ainda mais, quando temos conhecimento da existência de um programa que dotava a Força Aérea de competências no combate a incêndios florestais que, inexplicavelmente, terminou antes de começar em 96.
Leva a pensar: é de louvar um Estado que rodeia-se de empresas da sua confiança, mas é execrável um Estado que faz negócios menos claros quando estão envolvidas a vida de bombeiros, o sofrimento de populações, o futuro verdescente das gerações vindouras.
Todos nós temos um amigo que, íntimo ou não, que recomendamos para aquele trabalho, que nos arranja aquela pechincha, que conhece alguém que conhece alguém que nos ajuda a ter aquilo que pelos meios legais não conseguimos alcançar.
Até nem discordo completamente com esta lógica de funcionamento: considero preferível trabalhar com alguém conhecido com o qual tenho confiança do que um total desconhecido cujo Currículo tem 50 páginas e iguais anexos.
Mas algo que não tolero (e espero que o comum cidadão também não) é que insultem a minha inteligência.
Dois casos:
Vi no passado domingo uma reportagem na SIC, “Asas de Aluguer”, que falava do negócio de milhões do aluguer de meios aéreos para combater os fogos a empresas particulares que perdura DESDE 1996. A diferença entre um aluguer de um desses transportes a mim ou a um de vós e o mesmo tipo de transporte ao Estado é em montantes em que a factura sai bastante mais cara ao Estado português; este facto aliado ao facto da ausência de interesse da parte dos Governos que se sucedem em se dotarem de transportes aéreos para combate aos fogos florestais e assim garantir a independência económica do Estado nesse sector é estranha e bizarra. Ainda mais, quando temos conhecimento da existência de um programa que dotava a Força Aérea de competências no combate a incêndios florestais que, inexplicavelmente, terminou antes de começar em 96.
Leva a pensar: é de louvar um Estado que rodeia-se de empresas da sua confiança, mas é execrável um Estado que faz negócios menos claros quando estão envolvidas a vida de bombeiros, o sofrimento de populações, o futuro verdescente das gerações vindouras.
P.S.: Num outro apontamento – que não está em nada relacionado com este que acabei de escrever – ontem, numa atitude sem precedentes (lol), o Governo, pela mão do recém-chegado Teixeira dos Santos, saneou a administração da CGD, numa autêntica atitude de JFB (Job For the Boys) com a banda sonora de Sérgio Godinho, “Arranja-me um Emprego”.
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