09/01/2008

Referendar ou não referendar, eis a questão


Referendo? Só se outros fizessem

Até parece uma discussão dos putos na escola:
«Então, Zézito!? Tu dissestes qu’iamos a votos, pá!»
«Nei pó, Chico! Eu disse se fosse para o Tratado Constitucional. Agora, pó Tratado de Lisboa não é preciso, man. O de Lisboa já é nosso. Por isso já cá mora, man.»
«Nã, nã, pá! Tu dissestes que votávamos, pá. E, tá dito, tá dito!»
«Népia disso! Arrebenta a Bolha! Arrebenta a Bolha! Ou é como eu tou a dizer ou acaba-se já a joga. A bola é minha e bazo já pa caselas se não brincamos como eu digo, man…»
O mais ridículo nem é a infantilidade dos argumentos; o triste é que parece que o Rufia do recreio da escola metamorfoseou-se em político que, para além de nos extorquir as moedas do lanche, ainda goza connosco ao nem se esforçar para nos enganar.
Mas, se calhar, no fundo o Rufia é que terá a razão. Porque a temática é de tal forma tecnocrática e distante do nosso quotidiano, que nós, as frágeis vítimas do recreio nem nos importamos que a decisão fique confinada entre as paredes marmóreas do hemiciclo.
Afinal, pagamos-lhes para quê?! Por certo não será somente para que se divirtam ao sobe e desce dos impostos. Também têm de decidir sobre estas questões menos cativantes e news friendly. Eles que decidam sobre o que vai ser o jantar que eu não me importo de o cozinhar.