15/03/2008

O Medo

Hoje li na Sábado que o Sol irá expandir-se e engolir a Terra daqui a 7,6 mil milhões de anos.
A imensidão desta data é devastadora para a minha compreensão. Nessa altura já cá não estarei; a minha filha também não. Serei somente uma vaga memória se tiver algum Feito marcante na minha estória; ou então, serei somente uma estatística, um número, um dígito, se perdurar a mediocridade das minhas realizações, dos meus contributos para a humanidade.
Penso que será a Literatura a configurar a minha imortalidade. Para tal, terei de ultrapassar a minha cobardia e meu espírito diletante. Caso contrário, serei somente um habitante deste território chamado Portugal cujo maior obra escrita foi a filha que concebi.
Todos estes anos que me separam da extinção do planeta Terra dão também outra perspectiva aos meus dilemas actuais.
Tenho presente 3 Medos. Comparados com a evidência de que a Terra me irá sobreviver, recordam-me que terei efectivamente um Fim e, angustiam-me, perante a minha pequenez e dos meus problemas.
De qualquer das formas, o Medo mantém.
O medo de que irei terminar minha vida como mortal.
O medo de que as minhas escolhas conduzem-me para episódios de conflitos e caos recorrente. Esta escolha que não posso abandonar.
O medo avassalador de sentir, dentro de mim, o avolumar da ausência de emoções.

1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Que escolha é essa que não podes abamdonar. Vais sempre a tempo nunca é tarde. clarifica por favor, ao que te referes. Aguardo um novo post sobre este assunto

março 19, 2008 3:17 da tarde  

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