29/02/2008

Coisas da Bola

Em conferência de imprensa na sede da Liga Portuguesa de Futebol Profissional, o presidente da Assembleia Geral da Liga dirigiu-se ao país para se defender das acusações tornadas públicas pelo facto de ser acusado de corrupção activa e um dos arguidos do chamado processo “Apito Dourado”.
Claro que é aceitável e nada promíscuo, o cidadão Valentim Loureiro (que é um cidadão como qualquer outro) não somente utilizar as instalações de uma entidade que organiza e administra, de forma isenta, a modalidade do futebol profissional em Portugal; como, para além disso, manter um cargo de chefia entidade em causa. Claro que não passou pela cabeça de ninguém, nem do próprio, que tal atitude revela o desdém e arrogância que a classe dirigente do país continua a passar aos concidadãos subalternos, ao perpetuarem os caciques e aristocratas que se sabem impunes a tudo.
Mas não é nada demais. Afinal é só Futebol. Não me posso é recordar que esta situação é em tudo semelhante com o que se passou há uns anos atrás com um anterior Ministro da Defesa.

Por falar em Bola. As claques do Benfica e do Sporting já começaram a treinar para o grande Derby e um deles até já foi hospitalizado.
Eu gosto de ver um jogo da bola; se bem que muitas vezes não tenho pachorra para aturar os 90 minutos de enfiada. Prefiro ver os jogos em casa ou no café: ir ao estádio acho que é um frete e uma confusão surda.
Para mim, as claques funcionam como espécie de guardas pretorianas ao serviço dos mandos e desmandos dos presidentes dos clubes ou mesmo da sua direcção. São na sua essência organizações violentas, de provocação e de confrontação. De quando em vez, lembram-se deste tipo de espectáculos degradantes de desordem pública, de perda de tempo e dinheiro ao erário público – como o que sucedeu na noite do passado Domingo. Solução: bancadas vazias no derby lisboeta para que servisse de lição a dirigentes e maralha.

Entre os dias 20 e 22 de Junho vai decorrer o Campeonato Mundial de Swamp Soccer (Futebol na Lama) na localidade escocesa de Strachur. Uma versão futebolística de diversão que permite a graúdos e graúdas, jovens e menos jovens, voltar à infância e chafurdar na lama atrás de uma bola de catechu. Galhofa garantida, seguida da muita apreciada ida ao Pub para se afogarem em Guinness.
O singelo momento de futebol, como se de um solteiros e casados se tratasse. A pureza que, talvez, o futebol profissional tenha perdido. E, apesar de os jogadores ficarem todos sujos no final, a sujidade é facilmente lavável com água e sabão.