24/02/2008

Hasta la Victoria, El Comandante


É oficial. Fidel Castro abandona o poder em Cuba e seu irmão, Raúl Castro, passa a ser o novo presidente cubano.
A ver vamos como se vão movimentar as forças políticas, internas e externas, face à saída de cena desta figura emblemática da Revolução cubana que, devido ao seu carisma, muito contribuiu para que o sistema político que implementou não se desagregasse, com todas as vantagens e desvantagens que isso trouxe para o povo cubano.
Apesar da mácula no seu currículo de estadista dos presos políticos, dos exílios e as restrições à liberdade de expressão que impôs, gosto do estilo de Fidel Castro. A pose obstinada nas suas convicções políticas e de afronta ao imperialismo norte-americano; a silhueta de velho revolucionário.
Aliás, ao abandonar a esfera política (acredito que continuará a ter breves aparições públicas) é também um paradigma que é definitivamente enterrado. Para mim, Fidel Castro faz parte de um série de ícones Revolucionários, esquerdistas e apaixonados pelas suas causas, que emergiram nos vários movimentos de independência dos povos do Terceiro Mundo nas décadas de 60 e 70 e que eclodiram na América Latina, na África negra, no Sudeste Asiático. Ícones esses, que entretanto pereceram, esgotaram, enlouqueceram, expiraram ou renovaram-se.
Com todas as suas qualidades e defeitos, na figura Fidel, El Comandante (e não, o político Fidel Castro) estão os resquícios de um ideal utópico de ver o mundo que agora fica definitivamente a pertencer ao Passado.