24/03/2008

Os professores, os alunos e os seus pais

Professora agredida por aluna

A primeira vez que me deparei com esta notícia tive uma certa relutância em comentá-la logo de imediato, embora tivesse a noção que iria fazê-lo mais cedo ou mais tarde.
Tal sucedeu porque na minha condição de pai deparo-me frequentemente com as birras da minha filha confrontarem-se com os meus dilemas de pedagogo em, aceitar sem questionar o que ela pretende para sua felicidade ou, negá-la para seu próprio bem e para usufruto do seu futuro primoroso e social da sua vivência connosco e com os restantes. Considero também que nós, os da geração dos trintas, somos frequentemente questionados pela geração anterior quanto à nossa capacidade de paternidade e de educadores face ao avolumar de episódios como o descrito na notícia no cabeçalho.
Infelizmente, concordo que este episódio da aluna, a professora e o telemóvel, é o paradigma triste da crescente irresponsabilidade e desrespeito que a juventude actual pautilha diariamente para com os mais velhos. Tal decorre da própria ideologia da nossa sociedade ocidental que, com o passar dos anos, vem estripando a importância da sapiência da senioridade. Tal decorre também desta juventude “Morangos com Açúcar” e Playstation 2 e – digam o que disserem – a visualização constante de putos imberbes a contestar professores tem forçosamente de ser a semente para estas cenas que ocorrem na realidade.
Com isto não quero dizer que estes programas e jogos têm de ser proibidos ou erradicados. Não. A liberdade de expressão tem de continuar a ser primordial na nossa sociedade. Mas, os valores actuais da sociedade pedem também que haja sanções mais pesadas para este tipo de comportamentos escolares; porque o real problema nas nossas escolas é o sentimento de impunidade que se está a transmitir às nossas crianças. E, este sentimento é incompatível com a característica mais importante da sociedade moderna: a Responsabilidade. Sem esta qualidade perdemos o que de mais importante temos: a nossa Liberdade.
A educação tem de estar presente tanto na escola como em casa. Mas, acredito que nem todas as crianças são puramente boas de coração. E, por isso, professores e escolas têm de ter mais poder para poder impôr a sua autoridade aos alunos sem com isso terem receio da retaliação de papás a fazerem-se de ofendidos no seu teatro social de esperarem à porta da escola pelo professor do seu aluno. Se os pais não têm respeito pela figura do Professor, o filho-aluno também não o vai ter.
Claro que se continuaramos a ter professores que o são por 3ª ou 4ª escolha, a qualidade do ensino vai diminuir e o facto de nós pais nos apercebermos desse decréscimo não vai abonar para que esta condição se altere.
Esta aluna de 15 anos deve ser severamente castigada. Só isto. Não há necessidade de justificar esta minha opinião.