11/01/2008

Thank you, for not smoking!


Estava a guardar este comentário para quando me ocorresse algum episódio caricato relacionado com a nova Lei do Tabaco – a minha mulher é uma orgulhosa fumadora e é inevitável que tal episódio suceda. Se bem que andarmos pelas ruas de Braga em busca do precioso dístico azul à porta dos cafés é caricato o suficiente.
Também é irónico ver os neo-drogados a fumar cigarros à porta dos cafés debaixo dos toldos. O facto da Lei ter sido instituído durante o Inverno foi uma boa ideia do Governo de forma agravar a insatisfação de fumadores privados da sua liberdade e de empresários da restauração e entertenimento diminuídos dos seus rendimentos.
Eu não fumo. E acho que a proibição de se fumar em recintos públicos fechados acertada. Já o facto dessa Lei ser imposta a espaços privados e aos seus proprietários parece-me uma ingerência estatal no espaço pessoal e livre dos cidadãos.
Mais, tenho a ideia que estas restrições são importadas de um modelo americano cuja cultura e relação com o tabaco (e outras drogas legais e ilegais) em nada se assemelham com o verdadeiro laisser-faire da cultura europeia.
Lamentavelmente, esta Lei prepotente não é uma realidade exclusivamente nacional. No civilizado Mundo Ocidental multiplicam-se estas manifestações de tudo legislar num objectivo de criar um Super-Estado Policial que tudo controla, que tudo vê, que interfere em tudo que seja a esfera intíma do ser humano.
As leis da Comunidade Europeia já antes fizeram tabula rasa de toda uma tradição gastronómica de cada país, e em particular os mediterrânicos, legislando uma milhena de condições que tornaram virtualmente impossível a sobrevivência da pequena e familiar confecção alimentar.
Falo disto porque isto é apenas um factor deste tsunami legislador que afecta as nossas sociedades com a sua mentalidade reaccionária e conservadora.
O seu lema: Hoje o Tabaco, amanhã a Mentalidade!