16/01/2008

TYG a 59%

Ouvi o último dos The Young Gods e posso dizer que é o primeiro que oiço deles e não considero uma obra-prima.
Toda a sua discografia é uma reunião de feitos de excelência no renovar das forças electrónicas da música. É deles uma das melhores canções fabricadas: “Moon Revolutions” presente no álbum em que os conheci, Only Heaven.
Mas este último, Super Ready / Fragmenté, peca por revelar já a usura dos tempos que por certo perpassa pelas mentes dos três semideuses. São as teias de aranha que afectam a qualidade e a genialidade da imaginação de muitos dos meus ídolos musicais da adolescência que ainda editam.
Mas este último, tendo algumas canções deveras cativantes, no seu geral não passa do aceitável: uma característica à qual não estava habituado a atribuir aos TYG.
Mesmo o álbum anterior de originais, Music for Artificial Clouds, que era uma autêntica inversão ao som TYG, foi genial nas suas criações como pequenas palpitações suaves que me deliciaram na audição da sua instrumentalização – ou seja, apesar da ausência de um dos melhores factores dos TYG (a voz de Franz Treichler) continuava presente a beleza das suas criações.
Mas este último, tem uma produção de bateria demasiado in your face, quando o que fascinava nos TYG era o facto de a bateria não parecer uma bateria; e – o que mais me desilude – a voz já não tem a pujança, nem a lírica tem a verve e o misticismo de outrora.
Apesar disso, nem tudo está perdido: ainda apresenta canções fascinantes como Secret, Cést Quoi C’est Ça, Everythere, o que faz com que, de quando em vez retome a sua audição.