17/01/2008

A Luxúria e a Besta


A primeira vez que fui confrontado com a obra de H.R. Giger foi no filme Alien, na composição que fez para o monstro negro que caçava os humanos com a sua língua mortífera. Seria quase uma metáfora à concepção visual que Giger tem das suas obras.
Sendo um surrealista contemporâneo, no meu entender, foi o pintor que melhor soube captar e dar imagem aos estilos musicais extremos da década de 80 e do início dos 90’s. Foi o caso do punk, do metal. Foi também ele que influenciou o visual de muitos filmes de terror da década de 80 – época de grande propensão do género.
Isto porque, quando vejo as suas criações de paisagens e humanóides disformes e negros, com as vestes bélicas e biomecânicas, transmite fascínio em vez da repulsa que seria de espera dado a descrição.
O método da pintura é belo e cativante. As poses evidenciadas são de uma luxúria agressiva da qual não consigo escapar dado o arrojo e ausência de limites.
Depois do filme, quando comecei a conhecer a pintura, as telas tinham brilho e eram sensuais. Mesmo quando a temática era violenta, sempre havia uma aura de sedução em seu redor.
Ainda hoje quando as revejo sinto esse misto de luxúria e brutalidade. E, apesar do sangue ser vermelho, as telas mais apelativas são aquelas em tons de preto.
Como é caso desta. Nela vê-se a Penetração, o Falo, a Lascívia, a Agressividade, o Brilho...